18 novembro 2015


Qual é a sua natureza?


 


Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio. O escorpião vinha fazer um pedido: “Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?” O sapo respondeu: “Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e vou afundar.” Disse o escorpião: “Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos.” Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo. Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou: “Por quê? Por quê?”  E o escorpião respondeu: “Por que essa é a minha natureza.”



Muitas escolhas parecem ter esta mesma lógica. São tão instintivas que dão a impressão de ser parte da natureza daquele indivíduo. Mas não é verdade.

Anton, descreve que toda escolha tem um fundamento inconsciente e dá um bom exemplo para tal: porque no meio de uma festa com mil pessoas uma lhe chama a atenção e não outra? A autora responde que isto é resultado de gestos que este indivíduo tem que nos são familiares, pode ser o jeito de mexer no cabelo, o jeito de olhar, de andar. Não importa, é um comportamento com o qual sou familiarizado e por isso me sinto atraído e até mesmo com liberdade para me aproximar. Desta maneira há em minha natureza a busca pelo conhecido, pois o desconhecido é sempre assustador e evitado, por esta razão o agir igual se torna tão comum, tão parte de mim.

Mas esta natureza pode ser mudada, diferente do animal nós podemos mudar.

A repetição é algo interessante e ao mesmo tempo massacrante. Repetimos atos o tempo todo, seja nas escolhas ou nos comportamentos. Sempre há repetição. Quando estas não proporcionam bons frutos o resultado é dor. Mas quantas vezes agimos de forma idêntica a uma anterior, sabendo que aquilo não acabará bem, mas fazemos. Depois vem o arrependimento e o sofrimento.

Entretanto parece mais forte que nós, e é mesmo. Não queria agir daquele jeito, não queria ser assim. Como ser diferente?

Repetimos para elaborar já dizia Freud. Se um comportamento se dá constantemente igual em nossas vidas há uma razão para ele. Razão esta, a maior parte das vezes, inconsciente. É uma busca de reviver a situação se boa para tê-la novamente, se ruim na tentativa de um desfecho diferente, o que raramente acontece.

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