17 setembro 2013


A palavra convence; o exemplo arrasta !


Roberto Trigueiro Fontes



Aquele que estiver disposto a liderar, comandar, seja o que for, tem que ter em mente que serve de paradigma àqueles que pretende liderar. Não basta pensar que o jargão “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” servirá para ter dos seus comandados o melhor de cada um, pois ninguém respeita quem não se dá o próprio respeito.


 

Maquiavel ensinava que era preferível ao rei ser temido do que ser amado. Talvez naquela época essa linha de pensamento fosse mais apropriada, mas atualmente, com a evolução da idéia de democracia e da própria dignidade do ser humano, é de se supor que poucos serão aqueles que suportarão um líder odiável.

 
Obviamente que estou falando de situações relacionadas à convivência humana em questões de trabalho, sociais e familiares, nunca em situações extremas como guerras ou luta pela sobrevivência em face da mais absoluta falta de condição humana.

 
Isto posto, se o conceito de que a palavra, muitas vezes utilizada habilmente por pessoas em situação de comando, convence um grupo a tomar esta ou aquela atitude, não resta dúvida que, se emanada de alguém que exemplifica o discurso, tem peso distinto e muito mais consistente.

 
Quando ouvi essa frase pela primeira vez, de imediato me identifiquei com ela. Não que tenha pensado ser o melhor dos exemplos, mas porque sempre me preocupei em ser paradigma para minha equipe de trabalho. Lembro-me que sempre aproveitei ocasiões, por mais simples que fossem, para dar o exemplo de como se portar neste ou naquele ambiente, nesta ou naquela situação. Desde já afirmo que nada mais fiz do que seguir o que aprendi de outras pessoas muito mais experientes e competentes que eu, as quais serviram, e servem até hoje, de paradigmas para mim.

 
Apenas para citar um exemplo, gosto de pegar o clip que está displicentemente esquecido no chão e colocá-lo de maneira quase teatral dentro do recipiente na mesa do integrante de minha equipe que sempre, e é sempre mesmo, fica mudo ao perceber que ele próprio deveria ter tido esse singelo cuidado. Afinal, essa atitude tão simples demonstra organização, preocupação com a aparência do local e espírito econômico, tudo reunido num gesto tão peculiar.
 

Segunda consta, essa frase é utilizada nas próprias Forças Armadas, o que parece fazer muito sentido. Independente disso, creio que ela deva ser utilizada por cada um de nós, ao longo de nossas vidas, sobretudo se formos afortunados e tivermos um volume maior de virtudes que defeitos. Que grande exemplo a ser seguido, imitado, adotado. Pessoas com esse dom, com essa capacidade, somente deixam saudades quando partem desta vida. Mas se elas partem, com toda certeza sua memória se mantém viva e ultrapassa sua própria existência.

 
Deve ser muito bom saber que seu nome permanecerá sendo pronunciado por quem sequer viveu na sua própria época. Feliz daquele que entende o dever que tem a cumprir e consegue fazê-lo a partir de sua própria postura.

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