Roberto Trigueiro Fontes
Aquele
que estiver disposto a liderar, comandar, seja o que for, tem que ter em mente
que serve de paradigma àqueles que pretende liderar. Não basta pensar que o
jargão “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” servirá para ter dos seus
comandados o melhor de cada um, pois ninguém respeita quem não se dá o próprio
respeito.
Maquiavel
ensinava que era preferível ao rei ser temido do que ser amado. Talvez naquela época
essa linha de pensamento fosse mais apropriada, mas atualmente, com a evolução
da idéia de democracia e da própria dignidade do ser humano, é de se supor que
poucos serão aqueles que suportarão um líder odiável.
Obviamente
que estou falando de situações relacionadas à convivência humana em questões de
trabalho, sociais e familiares, nunca em situações extremas como guerras ou
luta pela sobrevivência em face da mais absoluta falta de condição humana.
Isto
posto, se o conceito de que a palavra, muitas vezes utilizada habilmente por
pessoas em situação de comando, convence um grupo a tomar esta ou aquela
atitude, não resta dúvida que, se emanada de alguém que exemplifica o discurso,
tem peso distinto e muito mais consistente.
Apenas
para citar um exemplo, gosto de pegar o clip que está displicentemente
esquecido no chão e colocá-lo de maneira quase teatral dentro do recipiente na
mesa do integrante de minha equipe que sempre, e é sempre mesmo, fica mudo ao
perceber que ele próprio deveria ter tido esse singelo cuidado. Afinal, essa
atitude tão simples demonstra organização, preocupação com a aparência do local
e espírito econômico, tudo reunido num gesto tão peculiar.
Segunda
consta, essa frase é utilizada nas próprias Forças Armadas, o que parece fazer
muito sentido. Independente disso, creio que ela deva ser utilizada por cada um
de nós, ao longo de nossas vidas, sobretudo se formos afortunados e tivermos um
volume maior de virtudes que defeitos. Que grande exemplo a ser seguido,
imitado, adotado. Pessoas com esse dom, com essa capacidade, somente deixam
saudades quando partem desta vida. Mas se elas partem, com toda certeza sua
memória se mantém viva e ultrapassa sua própria existência.
Deve ser
muito bom saber que seu nome permanecerá sendo pronunciado por quem sequer
viveu na sua própria época. Feliz daquele que entende o dever que tem a cumprir
e consegue fazê-lo a partir de sua própria postura.
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