A águia conduziu gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração se acelerou com emoções conflitantes enquanto sentia a resistência dos filhotes a seus insistentes cutucões.
- Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? – pensou a águia.
O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes.
- E se justamente agora isto não funcionar? – pensou novamente a águia.
Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Ela sabia que enquanto seus filhotes não descobrissem suas asas, não haveria propósito em suas vidas. Enquanto eles não aprendessem a voar, não compreenderiam o privilégio que é nascer águia.
Sua missão estava prestes a se completar, mas ainda restava a tarefa final: o empurrão, que era o melhor presente que ela podia oferecer-lhes. Aquele empurrão seria o seu supremo ato de amor.
Foi então que ela se encheu de coragem, e um a um, precipitou-os no abismo...
E eles voaram!
Algumas circunstâncias em nossas vidas fazem o papel da águia, nos empurrando para abismos e precipícios inesperados. Mas justamente nesses momentos, em que somos colocados à prova, descobrimos que Deus nos deu, não somente asas, mas tudo o que precisamos para voar e vencer os abismos da vida.
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