O pavão
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Em uma planície viviam o urubu e o pavão. Certo dia, o pavão pensou:
– “Sou a ave mais
bonita do reino animal. Tenho plumas coloridas, grandes e exuberantes. Mas do
que me adianta? Não posso voar para mostrar ao mundo desde o alto a minha
beleza. Feliz é o urubu que é livre para voar onde quer que o vento sopre”.
O urubu, por outro
lado, também refletia sobre o sentido de sua vida:
– “Quão infeliz
sou: a mais feia de todas as aves. E, além disso, tenho que voar e proclamar a
todos minha feiura. Ah, se eu fosse belo e vistoso como o pavão, eu me
realizaria e me amaria muito mais”.
O urubu
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Certo dia as duas
aves se encontraram, e numa rara oportunidade de franqueza, uma revelou à outra
seus sentimentos secretos. Num arroubo de compreensão mútua, as duas tiveram a
mesma brilhante ideia: juntar-se para um cruzamento. Ambas sairiam ganhando. O filhote
teria dupla virtude: voaria como o urubu e seria belo como o pavão. E foi isto
o que fizeram mais que rapidamente.
O peru
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O resultado? Da
união planejada e calculada nos mínimos detalhes nasceu ninguém menos que o
peru: uma ave terrivelmente feia e que, além disso, não voa!
Outro dia, vi um
adesivo num carro que dizia: “Dar jeitinho é a desgraça deste país”.
Você sabe o sentido
da palavra gambiarra? É uma improvisação para apenas dar jeito temporariamente
a algo que está errado ou a uma necessidade urgente. Não resolve problema
algum. Apenas protela a solução. Mas muita gente por aqui ainda acredita em
gambiarras. Estes talvez digam que o Brasil é o país dos “jeitinhos”. Não! Não
é!
Esta mentalidade
precisa cessar.
Temos de nos
precaver contra improvisos. O urubu e o pavão não levaram em conta os riscos
que se escondiam nos cálculos que os levavam a crer que sua união seria uma
poderosa solução a suas fraquezas. Deu tudo ao contrário. A grande sabedoria
por trás desta fábula é: “Se as coisas estão ruins, uma gambiarra só irá piorá-las!”
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